quarta-feira, 25 de maio de 2011

Critica Curta 2010

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Fantasia contra a solidão

22 agosto, 2010
“Azul”, de Eric Laurence, parte de uma idéia boa e pertinente hoje, o tédio das pessoas e suas necessidades de fantasiar alguma coisa para deixar a vida menos monótona. Sair da mesmice e, com isso, fazer com que nossa vivência seja intensa como a letra de uma música que tem sua beleza mesmo falando de solidão.
O filme deixou em mim uma sensação de que deveria ter 10 minutos e não 20. Quando chega ao final e a história se desenrola, já está tão maçante que não causa o impacto que deveria.
Outros curtas a que venho assistindo também estão exagerando nas sequências sem diálogo. Percebo uma preocupação exacerbada com a fotografia e a iluminação; muitas vezes, são seqüências de imagens bem feitas que, pausadas, dariam quadros que eu colocaria na sala da minha casa, mas que não contribuem na estruturação do filme.
Quero deixar claro que não estou falando que todas as cenas precisam ter diálogos ou que não se possa fazer um filme sem eles, mas algo diferente. Quando se coloca uma trilha ao fundo e uma seqüência de imagens, passamos para o espectador o sentimento do personagem, sensações ou a força dramática da situação, e isso é algo importantíssimo.
Sinto, no entanto, que alguns diretores estão passando do ponto e deixando os filmes um pouco monótonos. Recorro a “Azul” para expor algo que percebo em outros curtas brasileiros, mas vejo também no filme de Laurence muitos pontos bons, expressos nos prêmios que recebeu em festivais. (Henrique Góis)
“Azul” está na Mostra Brasil 7.

Critica Curta 2010

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Com o espectador na mão

22 agosto, 2010
Quem foi ver a Mostra Brasil 7 não voltou sozinho. Voltou refletindo sobre “Eu Não Quero Voltar Sozinho”, feito com extrema competência por Daniel Ribeiro. É incrível como foram abordados assuntos tão difíceis, como a cegueira de um adolescente e sua homossexualidade, de maneira tão leve e espontânea.
Com um roteiro muito bem trabalhado e que não deixa buracos, esse filme é, em minha modesta opinião, o destaque da Mostra Brasil 7, pois usa uma das grandes vantagens que os curtas têm sobre os longas, seriados e novelas, entre outros formatos: poder abordar assuntos que não o seriam em outras estruturas por causa de “quem paga a conta”.
Muitos curtas que vejo exploram temas importantes para a sociedade, totalmente conceituais, mas que não são facilmente digeridos quando vistos pela grande população. Fui assistir aos curtas da Mostra Brasil 7 e 8 no Cineclube Grajaú e a sala de cinema tinha poucas pessoas. Faço uma pergunta aos produtores de audiovisual e estudantes da área, como é o meu caso: para quem fazemos audiovisual?
O que adianta falarmos da vida nas favelas, da seca do Nordeste, dos mendigos na rua muitas vezes sem nenhum parente, invisíveis perante a sociedade, se as pessoas que estão “dentro” dos temas abordados não entendem com facilidade os filmes feitos a partir da história deles?
Digo isso para registrar que “Eu Não Quero Voltar Sozinho” é um filme para qualquer público; roteiro e direção estão tão bem estruturadas que pegam o espectador pela mão e o carregam na história de uma maneira que fica quase impossível não se identificar com Leonardo, mesmo com o preconceito extremo existente na sociedade contra os homossexuais.
Tudo é trabalhado de maneira tão bonita que, no final, não vemos Leonardo como um “cego homossexual”, mas como um jovem comum como qualquer um de nós, tentando ser feliz. (Henrique Góis)
“Eu Não Quero Voltar Sozinho” está na Mostra Brasil 7.


Quem quiser ver esse filme maravilhoso de Daniel Ribeiro, mesmo criador do curta "Café com Leite" deixo ligo a baixo, pois "Não Quero Voltar Sozinho" já está disponível no You Tube.



Critica Curta 2010

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Olhos de ressaca

22 agosto, 2010
“Balanços e Milkshakes” é uma animação interessante, com locução de um texto bem platônico que nos faz relembrar algumas paixões da época de criança e mesmo de adolescente. Parece que vemos na tela algo que se perde no caminho ao crescermos.
Uma animação incomum, usando linguagem diferente. Muito mais do que explorar o mundo do desenho animado, parece que alguém está nos lendo um livro infantil, daqueles que mães, pais e avós lêem para nos fazer dormir, com ilustrações que servem para deixar presente tudo aquilo que já está sendo dito pelo locutor.
Os diretores Fernando Mendes e Erick Ricco nos fazem mergulhar numa paixão que não está ali da boca para fora, mas que é mostrada com sutileza impressionante cada vez que passa uma nova cena. Isso fica mais claro quando eles trabalham com a fixação do menino pelos olhos da menina, o que, na hora, me trouxe à mente o personagem Capitu de “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, e seus famosos “olhos de ressaca”. (Henrique Góis)
“Balanços e Milkshakes” está na Mostra Brasil 8.

Critica Curta 2010

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Último gesto de carinho

22 agosto, 2010
“Vela ao Crucificado”, de Frederico Machado, é tocante e explora muito bem a alternância entre as falas e o silêncio, o que é muito pertinente na situação de um velório. A tristeza é bem trabalhada e o texto está muito bem colocado até mesmo no pensamento do pai que, com toda a inquietude, precisa viver com a perda de um filho e ao mesmo tempo lidar com sua esposa, aos prantos.
Muito interessante é que coube ao pai o papel que, numa situação trágica, sempre se espera mesmo do homem: pensar racionalmente, como não tivesse sentimentos. Ao mesmo tempo em que isso é apresentado, com o homem querendo que seja acesa uma vela por vez, e embrulhando o filho logo para que ele seja enterrado com dignidade, toda essa racionalidade muitas vezes criticada nos homens se explica com uma frase: “Se eu pudesse, não enterraria nenhum de vocês” — o que dá a entender que ele preferia morrer primeiro.
Foram muito bem trabalhados os sentimentos, principalmente desse homem que, ao mesmo tempo em que está com uma dor tremenda na alma, tem a responsabilidade de enterrar decentemente seu filho, como um último gesto de carinho. Enterrá-lo como o filho de qualquer rico seria enterrado.
“Vela ao Crucificado” consegue trabalhar muito bem com a parte social de uma família sem recursos, em que o pai precisa cavar o buraco onde irá ser enterrado seu filho, e também com a dor dos familiares, mostrando de forma concreta a terrível mistura entre a dor da perda e a pobreza, tão presente em nosso pais. (Henrique Góis)
“Vela ao Crucificado” está na Mostra Brasil 8.

Critica Curta 2010

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Luta de classes

23 agosto, 2010
“Dias de Greve”, de Adirley Queirós, é um filme que já de começo me chamou a atenção por parecer muito com longas brasileiros que vemos nos cinemas — diálogos com palavrões, discussões em que parece que os personagens vão sair na porrada mesmo, algo mais parecido com a realidade, ou seja, menos maquiado. Embora tenha 24 minutos, é bem dinâmico e não dá tempo para o espectador ao menos piscar.
Ele conta a história de um grupo de metalúrgicos que resolve fazer greve por melhores salários, mas que não tem uma homogeneidade de pensamento, o que causa muita discussão e faz com que o movimento grevista perca sua força. Há cenas que me remeteram muito ao marxismo. Por exemplo: aquela em que os trabalhadores voltam à atividade contra a vontade e o chefe deles está na porta; alguns funcionários passam trombando nele, outros de cabeça baixa, outros olhando feio, o que deixa aquele sentimento de “luta de classes”.
Em outra cena, o patrão chama os funcionários mais importantes para uma conversa, pois todo mundo voltou a trabalhar, mas não com o mesmo empenho. Na conversa, ele tenta convencer os metalúrgicos a “pararem de birra” e trabalharem direito, usando o argumento de que daqui a algum tempo eles podem sentar para falar sobre um aumento. Mas, ao ver sua proposta rejeitada, o patrão puxa um bolo de currículos e fala que “conseguiria um monte desses pelo salário de vocês”, deixando mais claro ainda a questão das classes.
Para quem gosta de filmes que fazem com que se saia do cinema refletindo sobre assuntos importantes, “Dias de Greve” é uma boa pedida. (Henrique Góis)
“Dias de Greve” está na Mostra Brasil 8.

Critica Curta 2010

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Olhar um pouco mais abrangente

Eu costumo gostar dos filmes baseados em histórias reais, mas fazê-los muitas vezes pode ser uma cilada. Quando contamos uma história que as pessoas já conhecem, precisamos sempre temperá-la melhor, saber trabalhar bem os elementos para que prenda a atenção, e esse foi o grande mérito de Bruno Torres em “A Noite Por Testemunha”: o filme não é obvio, começando pela ordem dos fatos.
Há uma cena que acontece no hospital; “o índio está com 90% do corpo queimado”, diz a médica. Nas cenas seguintes, aparece o índio antes de botarem fogo nele, ou seja, brinca-se com a ordem cronológica da história e muitas vezes isso é usado para dar emoção, como quando um dos garotos, desesperado, lembra o mendigo sendo incendiado, antes de a situação em si acontecer na tela.
Outra coisa bem interessante é que, ao invés de ir pelo caminho mais fácil e contar a história dos garotos até fazerem aquela crueldade com o índio, ou a do índio até acontecer aquela tragédia provocada pelos garotos, o filme trabalha isso paralelamente, mostrando a história com olhar um pouco mais abrangente.
Gostei também do sentimento de culpa que se coloca nos garotos e de como a história se desenrola. As imagens explicam muito bem as situações, não há tantos diálogos, e o filme soube aproveitar bem o “imaginário coletivo”.
Se não fosse uma história já conhecida, que passou em toda a mídia, talvez pudesse causar a impressão de que ficaram alguns buracos. Como esse não é o caso, o espectador consegue ordenar bem a história na cabeça. (Henrique Góis)
“A Noite por Testemunha” está na Mostra Brasil 1.

Oficina de Vídeo Kinoforum

Esse vídeo foi criado por mim e pelos membros do meu grupo na oficina, Ester da Silva, Luciano Reis,  Sergio Bruno e Johny R. Ferreira durante a temporada Furnas 2010 das Oficinas Kinoforum.
A criação foi coletiva em todas as etapas, desde o roteiro até a escolha das imagens a serem inseridas no filme.




Comercial do "Unisa em Ação na Comunidade"

Esse comercial é um trabalho desenvolvido pelo NPC, junto a coordenação do curso de Comunicação Social da Unisa, onde nos foi dada a função de fazer uma peça de 45 segundos para ser  veiculada no Canal Universitário (CNU).
Houve pouco tempo para que essa peça fosse realizada, mas devido a equipe de excelente qualidade que nos apoiou, foi possível criar um vídeo que tivesse a cara do evento e atraísse pela simplicidade.




Minhas Funções:

Direção e Roteiro: Henrique Góis

Equipe:

Design: Ligia Carneiro

Desenhista: Raimundo Ramos

Produtora de Mesa: Jessica Corea

Narradores:
                  Antonio Nascimento
                  Rita Basile

Editora: Bruna Brasetti

Imagens do evento cedidas pelo estúdio de Rádio e TV da Unisa

Curta-metragem "Muros"

Primeiro vídeo que fiz, Criado a partir de uma poesia de minha autoria, com o mesmo nome. Esse vídeo tem como objetivo mostrar para as pessoas as diversas formas de muros que criamos em nossas vidas e como estes influem em nosso convívio social.


Por ser um trabalho feito quando estava no 3º semestre do curso de RTV, sem ter tido aula de roteiro ou direção, alguns pecados foram cometidos nesse projeto, mas num todo ele cumpre o papel para que foi criado, que é despertar a reflexão do espectador sobre Muros. Confiram o Vídeo!

Funções: Roteiro e Direção